segunda-feira, agosto 06, 2007

pausa sem tempo!





fui encontrar-me com o tempo,

na janela aberta.

vestígios de saudade envolviam-me.


pensei ser eu o tempo,

aquele que me dá horas

que me contamina os dias.


o tempo com sombras

desligadas da luz

e da memória.


contemplei o horizonte

e o tempo não era eu.


sinuosas buganvílias

cresciam no meu olhar,

entre sorrisos definhados

de um silêncio que não me abandonou.


arde-me o sal dos dias de amar

numa ausência inabitada.

o tempo tem hora

tem meia verdade por direito,

traz a mancha, o vicio, a pausa mágica


o instante é destino

ou delírio emudecido,

vestido com a verdade

que se foi no vento da ironia

de um vazio turbulento.


a voz do mar emerge

num tempo sem vício,

a janela fecha-se

à melancolia inóspita das palavras

em meio rosto disfarçado de nadas.


surgem afectos, lembranças e indiferenças

grito para sentir o silêncio.

fico do lado de cá do tempo

que não existe e espero.


repentinamente sem a chamar

aparece a pausa,

a pausa sem tempo!



l.maltez

49 comentários:

Cusco disse...

Os meus parabéns por mais este belo momento!

Um beijo e

Até breve!

Graça Pires disse...

O tempo. O tempo sem sombras.O tempo das memórias dos instantes sem limite. A pausa sem tempo. Um belo poema, Inês. Um carinhoso beijo.

Leonor disse...

os teus comentarios lena nao sao palavras ditas rapidamente para eu saber que passaste por ali e bebeste um cafe. sao palavras de sentar numa mesa e conversar comigo.
os teus poemas lena nao sao palavras ditas rapidamente para agradar a quem passa por aqui. sao palavras de abraçar.
é assim que te sinto perto.
beijinhos

Odele Souza disse...

Palavras envoltas por muita sensibilidade, logo capatada por quem te lê.

Um beijo.

poetaeusou . . . disse...

*
a voz do mar emerge
,
e murmuja
e abafa
as minhas mágoas
*

Alex disse...

o tempo é um inimigo
mas somos nós que o inventamos.

Se tiveres tempo, podiamos sentar-nos um pouco, um tempo precioso de conversa, um tempo de acarinhar a alma por dentro e por fora.


Um tempo de afectos, é isso! Precisamos urgentemente de ouvir a nossa própria voz.

Eu gosto, gosto sempre de ouvir a tua voz, porque eu não te leio, escuto-te ...

Anónimo disse...

...afinal fazes parte dos meus links no lobices... estás numa das "Lenas" :))
...e eu sem saber que por aqui passava poesia
...um beijinho

Kalinka disse...

Querida Amiga LENA

O tempo leva-te de mim
quero-te por perto
mas, sinto-te cada dia
mais longe de mim...

A minha alma está vazia,
o meu coração muito triste,
deixo-te uma poesia
da querida Sophia.

A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

Beijitos.

TENHO MUITAS SAUDADES TUAS.

Paula Raposo disse...

Doce Poeta (como tu me chamas), porque Tu és Poeta, sim. Obrigada Lena, pelas maravilhosas palavras cheias de ternura nos meus espaços. Adoro ler-te nos teus poemas lindos. Beijos.

João Cordeiro disse...

Um belo momento de poesia.
Parabéns

Anónimo disse...

Lena, o tempo ganha contornos diferentes em tuas palavras.

Apareça em minhas casas!
http://minicontos.blogspot.com

Ou na novíssima casa, misto de conto e novela que abri com a Lu Cordeiro:
http://olegariaquerfalar.blogspot.com

Um beijo

Sílvio

Zénite disse...

Ah, o tempo, esse vagabundo inconsciente, que caminha por sobre as águas, areias e ventos, nos intervalos do silêncio!

Belíssimo, o teu poema!

Abraço.

PoesiaMGD disse...

Você escreve sobre o tempo de uma forma singular! Adorei!
Bjs

PostScriptum disse...

Belo, como sempre...

De Amor e de Terra disse...

...grito para sentir o silêncio...

eu também Lena, eu também!!!
talvez não pelos mesmos motivos, mas grito, tanta vez, sem voz, sem palavras, só em abafados gritos presos na garganta e nas lágrimas que não escorrem...

Beijos Amiga.

Maria Mamede

Anónimo disse...

---------@
__

___________.

margusta disse...

Olá querida Lena!
...e eu fiz uma pausa na pausa para visitar os meus amigos...

Espero que esta tua pausa tenha volta querida Lena!

Amei o teu poema...tão teu!

Um beijinho de saudades cheio de maresia!

Espaços abertos.. disse...

s pavras deixadas por ti por tem um sabor muito original, de dedicação,agrado,e com muito carinho a todas as pessoas que passam pora aqui.
Não são palavras ao acaso...
Bom fim de semana
Bjs Zita

Isamar disse...

Um belo poema! Delicio-me com as tuas palavras. Belas, doces, sensatas.
Passar por aqui, querida amiga,é sempre um przer.
Passo muitas vezes em silêncio,simplesmente para me encontrar contigo.
A amizade continua intacta Lena. Nada a destruirá!

Beijinhos mil

p.s. Vai postando, amiga.Fazes falta aos amigos. Mesmo àqueles que pouco se pronunciam.

Daniel Aladiah disse...

Há pausas, por vezes longas, que não são mais do que capítulos "censurados" de algo que nunca foi interrompido...
Um beijo
Daniel

Menina Marota disse...

"...arde-me o sal dos dias de amar numa ausência inabitada. o tempo tem hora tem meia verdade por direito, traz a mancha, o vicio, a pausa mágica
o instante é destino ou delírio emudecido, vestido com a verdade que se foi no vento da ironia de um vazio turbulento."

O tempo... ele pode tanta coisa! Acredita que pode, minha doce e terna Amiga.

E na volta do tempo, o tempo te trará novamente aqui.

Deixo-te o meu abraço muito carinhoso e até já...

Anónimo disse...

obrigada pelo reencontro. e pelo carinho e pela atenção...


dentro de todas as pausas!



adentro deste teu tempo.


muito teu!


beijo.



/piano.

Efemerum disse...

belíssimas palavras...


o meu abraço

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

Já voltei. Vamos continuar a postar palavras de outros que desejávamos serem nossas...

Tudo de bom para ti.

Beijos

Anónimo disse...

Minha amiga, minha irmã, minha poetisa nata.

Começo a sentir que receias assumir-te na tua bela arte das palavras, nos seus sentidos metafòricos de uma beleza imensa,cada palavra tua, assume um significado num todo da poesia que ofereces.

Que dizer mais? Impossivel.

" Que posso eu mais que beber-te os olhos? "
Tua amiga no coração

Lena Barroso

Eremit@ disse...

Vou descobrindo belos espaço também por aqui.
Quando li o título do blog pensei nuam cabana á beira-mar, feita com palavras, de palavras, como os castelos de areia que todos fizemos na infância e talvez agora refaçamos com outros instrumentos. Se me der licença sento-me um pouco à sombra, na sua cabana de palavras com vista para o mar, de que meus olhos andam saudosos, apesar de tudo.
Bom resto de semana

Paula Raposo disse...

E então, Lena? Saudades de te ler...beijos meus.

Unknown disse...

ola Lena
gosto de vir ao teu blog em que nos encantas com tuas lindas palavras com que constrois a tua bonita cabana.
beijinhos e bom fim de semana

Isa e Luis disse...

O tempo é o nosso Desktop!

Um beijo
Luis

Nilson Barcelli disse...

Gostei imenso do teu poema.
Tem passagens soberbas.
Exemplo:
"contemplei o horizonte
e o tempo não era eu.

Beijinhos.

S H A H disse...

hiii
I enjoyed reading your blogs. I hope you dont mind 2 accept me ur freind :)))

Frm another site of the world

S H A H

Isamar disse...

Minha querida amiga

Espero que, em breve, acabe o tempo desta pausa.Tenho saudades daquele tempo em que nos encontrávamos ao serão com outras pessoas cuja saudade jamais se apagará.Espero-te com um novo poema.Adoro ler-te!
Beijinhos

António disse...

Minha querida Lena!
Continuas em pausa?
Pois eu mandei tocar os clarins e gritei:
Vinde a mim!
Vinde a mim!

Beijinhos
(e diz-me como vai a tua saúde, ok?)

Divinius disse...

Muito bonito o que li.
BJS.

Páginas Soltas disse...

Quando fazemos pausa com o tempo???

Ele passaa velozmente...

Tinha saudades te te ler minha querida...

Voltarei sempre que as forças me o permitam.

Beijinhos da

Maria

poetaeusou . . . disse...

*
lena
*
passei aqui
jino
*

Paula Raposo disse...

Espero que estejas bem. As saudades continuam. Beijos, Lena.

Eremit@ disse...

Só o frescor da Cabana de Plavras construída vale um mundo.
Fraterno abraço e bom fim-de-semana

João Filipe Ferreira disse...

eu e pedro lopes do site www.luso-poemas.net estamos a pensar fazer uma antologia 100 autores, 100 poemas pela ecopy. Neste projecto cada autor participa com 1 texto. O unico custo que terá é comprar 1 livro, ou seja terá o preço de 12 euros. é um livro que pode estar em qlq loja que qualquer autor arranje para além das muitas lojas onde está presente, pensei em a convidar, se quiser será um prazer:)

bj

Nilson Barcelli disse...

Mas que grande pausa...
Espero que esteja tudo bem contigo.
Beijinhos.

Ana disse...

Belo poema o que me deixaste na encosta. Obrigada.
Nesta pausa, por vezes necessária, sinto a falta das palavras que também bebo em silêncio, mas com sede.
Um beijo, Lena.

Alex disse...

Ume presença tão doce ...
Obrigada Lena


"fico do lado de cá do tempo"
belo, tão belo o teu poema.

Jorge P. Guedes disse...

Lena, vim agradecer em sua casa as visitas que me fez.

Gostei deste canto acolhedor e sereno onde não falta uma grande dose de sensibilidade para a poesia.
Continue a escrever, sem os lugares comuns e as frases estafadas que tanto se encontram por estas estradas dos blogues.

Fique bem.

Saudações amigas.

Vladimir disse...

palavras maravilhosamente deliciosas....o tempo sem limites..que bom seria...

Ana Luar disse...

Eu diria que tu és "um tempo sem pausa".

És linda, Lena... Linda!

Anónimo disse...

Olá

Gostaria muito de uma visita sua ao meu blog - NA SOMBRA DA LUA.

OBRIGADO

Eremit@ disse...

em palavras, sobre a mesa, e gravadas na areia da praia deixo as minhas palavras: fraterno abraço

Paula Raposo disse...

Obrigada Lena pelas tuas sempre carinhosas palavras! Mas, eu continuo com saudades de te ler aqui. Muitos beijos.

Leonor disse...

a2ola lena
que é feito de ti?
beijinhos

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...